É...
Quando eu era ainda assim bem pequena, por volta de uns 9 anos, lembro que tocava sempre no intervalo da escola uma musica assim... "Hey, Jude, nao fique assim, sabe a vida ainda é bela..."
Nap preciso dizer que pra uma menina daquela idade, a letra só era mesmo interessante quando se transforma em paródias que cantarolávamos o tempo todo...
Mas a gente cresce, ne? Dai as coisas ficam assim, mais... sem graça. =)
Bom, depois de muitos anos, sigo pensando na tal da Jude, a quem o cantor tentava fazer entender que... apesar dos pesares, a vida ainda é bela.
Lembrei de uma aula durante na universidade, ainda na graducao, em que a professora nos falava sobre o mal estar na civilizaçao. O sofrimento. A angústia. E de todos os benefícios que o sofrimento traz ao individuo. Do crescimentos, fortalecimentos, superacao ate a transformacao. De repente parecia que a sala tinha sido transportada para um país mais radical e que estavamos tendo uma aula sobre masoquismo.
Depois de muito discutir, a professora caminhou para o fechamento da aula dizendo: bom, o que estamos fazendo aqui nao é exaltar o sofrimento, nem fazer para ele um altar, mas é dar a ele o seu devido lugar na existencia e na construcao do individuo como ser humano.
UFA! Saímos da sala de masoquismo.
Fazem mais de 10 anos que tive essa aula, mas sempre me lembro disso.
A vida, Jude, é composta de muitas coisas. Inclusive, diziam a cançao, muita coisa vai fazer voce chorar.
Mas cada coisa no seu lugar. Cada macaco no seu galho.
Pensei hoje muito sobre isso. Que lugar tem o sofrimento na minha vida?
E que lugar tem a alegria? E o fracasso? E a decepcao? E o sucesso?
A vida tem suas exigencias...
Desde entao, estou tentando fazer com que os galhos sejam ocupados pelos macacos corretos (?), adequados ('?)... Bom , que cada macaco esteja no seu galho...
