sábado, 23 de janeiro de 2010

A minha flor preferida!



Flores, flores!
Estao em todos os lugares.
Nos lugares simples. Sofisticados.
Ao ar livre. Em escritorios fechados.
Em festa! Em funerais.
Eu amo as flores!
Amo ganhar flores! Eu sei que elas murcham! Mas enquanto duram, sao belíssimas.
Grandes, pequenas, brancas, amarelas, azuis, rosas......
Com tantas variedades de flores, acabei encontrando uma que mais me encanta.


A flor de abóbora!

Parece estranha minha escolha?
Digo que tudo é estranho quando nao está explicado.
Quase tudo se aceita depois de entender.
Meu pai tem uma fazenda. E ele ama estar ali.
A verdade é que ninguém pode dizer que conhece o meu pai antes de vê-lo ali, sem camisa, descalço, com um violao, tocando Zé Ramalho, ou um anzol tentando pescar o peixe pra assar no almoço, ou com uma faca na mao consertando alguma coisa.

Ali, ele é quem eu acho que ele mais gosta de ser.

Tudo que ele faz ali é autêntico. É quem ele é.

Por isso, o que vos passo a contar é muito importante: porque se passou na fazenda.

Fui com ele num dia de sábado e decidirmos ficar até o domingo.

Ele me cedeu seu quarto e sua cama que sao mais, vamos dizer... estruturados para uma pessoa que morre de medo de bicho: Eu.

Apesar do cantar do galo e da luz do sol marcarem que já é manha, fiquei na cama até muito mais tarde.

Vi quando alguém entrou e imaginei que fosse meu pai para pegar roupa.

Quando finalmente me despertei, ao virar-me, vi sobre a mesa, uma bandeja improvisada de café-da-manha.

Havia bolachas de maizena, uma garrafa térmica com café, queijo e um copo descartável desses brancos pequenos.

Dentro do copo havia uma flor. Amarela. Linda. Logo ao lado, um cartao de visitas da joalheria do meu pai que trazia a caligrafia também dele e dizia:


"Sou flor de abóbora, mas sou flor.
Hoje sou a rainha de todas
Porque represento o amor.
Te amo, filha.
Seu pai"


Nao lembro do gosto do café, mas me lembro do gosto doce dessa expressao de amor que se fixou para sempre na minha alma.


Levantei-me, tomei banho, me vesti, penteei os cabelos e neles coloquei a flor que me deu bom dia. Desci para encontrar meu pai. Descalço, sem camisa, na beira do lago, com um anzol na mao. Tudo isso me fazia acreditar que tudo o que se passava ali era autêntico. Tudo.
Foi a partir desse dia que elegi a mais linda flor: a que representa o amor.